à procura do Outono








Mas se Deus é as árvores e as flores
E os montes e o luar e o sol,
Para que lhe chamo eu Deus?
Chamo-lhe flores e árvores e montes e sol e luar;
Porque, se ele se fez, para eu o ver,
Sol e luar e flores e árvores e montes,
Se ele me aparece como sendo árvores e montes
E luar e sol e flores,
É que ele quer que eu o conheça
Como árvores e montes e flores e luar e sol.
E por isso eu obedeço-lhe,
(Que mais sei eu de Deus que Deus de si próprio?),
Obedeço-lhe a viver, espontaneamente,
Como quem abre os olhos e vê,
E chamo-lhe luar e sol e flores e árvores e montes
E amo-o sem pensar nele,
E penso-o vendo e ouvindo,
E ando com ele a toda a hora.

Alberto Caeiro

9 comentários:

♥ tm disse...

Que lindo!!!!

Anónimo disse...

Perfeito.
É assim a poesia genuína, conduz ao Silêncio.
Toda a poesia tende para o Silêncio antediluviano, para o mistério de antes do Verbo, para o Ser sem predicados.
E este Português que soube ser Portugal, escreveu o Silêncio "de todas as maneiras".
É assim o coração das nossas crianças...

Agradeço

Virgínia disse...

Tm, se te referes às fotos, esqueci-me de referir que foram tiradas este sábado no Parque da Pena, em Sintra. É lindo lindo lindo :)

Anónimo disse...

Por falar em Outono, tive a impressão de te ter visto no Domingo no Jardim Botânico. Foi só impressão?
:)

ps - aaaaaaaaaaa...eeeeeeeeeeeeeeeee... iiiiiiiiiiiiiiii.. oooooooooooo.. uuuuuuuuuuuuuuu... (sem fim, com tédio)
ou, ou, ou, ou, ou, oi, oi, oi, oi, oi... (mas a lenga lenga vai acabar em breve)

Virgínia disse...

Se calhar viste-me mas eu não estava lá... ;) já agora, como é que eu era? :))
Por cá os tpc mudaram muito desde que falei com a professora.

Anónimo disse...

eras alta e alourada. e despachada e com ar calmo ao mesmo tempo. mas foi ao longe. tive vai não vai para ir lá. teria sido engraçado, cumprimentar uma visão de tí.

por cá nada mudou muito. vamos mudar nós. uma mudança grande que, em teoria, eu não gostaria. mas tem que ser e será para muito melhor, espero eu com as precauções tomadas.
pensei muito e não a vejo, não a quero, quatro anos com aquela pessoa tão pequenina em visão, em valores, em alegria e tão grande em disparates.
é uma pena. e é incrível como, pelos vistos, qualquer um pode ser professor. indigno até para os verdadeiros Professores.
mas desta vez decidi não tentar combater este sistema.
bom. adiante que já é hora.
abraço.

Virgínia disse...

1.60, morena com cabelos brancos a mais para meu gosto mas por teimosia ou sei lá quê, não os pinto. Despachada, quando tem que ser. Calma, no fundo, no fundo, sempre. Que honra andar no pensamento de alguém! Fico contente por saber que vão mudar, ás vezes tem que ser mesmo. E nada melhor que a intuição para nos guiar.
Um abraço às duas, e de certeza que ainda nos vemos :)

Anónimo disse...

:) tenho a mesma teimosia, de manter os brancos. não sei até quando. é que no último mês são tantos mais!

Virgínia disse...

Aceitando a vida vou aprendendo a me aceitar a mim... :) Eu até gosto dos meus cabelos brancos e quero vê-los quando olho no espelho para não me esquecer daquilo por que tenho passado.