domingo é dia de carta de amor

Há quem as escreva, há quem as receba, há quem as coleccione, há quem as deseje e não as tenha.  
Eu vejo cartas de amor por todo o lado. Acredito que neste mesmo momento, se olhar à sua volta vai encontrar umas quantas - escritas, desenhadas, rabiscadas, fotografadas, sussurradas, caminhadas... Basta ficar atento!

Esta veio até mim como comentário a um post no blog e hoje encontrei-a, guardada numa gaveta virtual.

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"Olá Gininha,

Pareces frágil, és frágil, mas és uma lutadora. Com muitas dúvidas, medos, fraquezas  mas forte.Tenho muito orgulho em ti. Admiro o teu grande amor de mãe. Sei que é daí que tiras a tua força e por ele que tudo fazes. Sei quanto custa. Sei quanto vale a pena. E agradeço a Deus que esse "milagre" tenha acontecido para te recompensar.E com isso ajudar também a que a felicidade do nosso querido menino (que eu também amo mil milhões)seja mais forte. E recompensar também o teu marido (que tanto orgulho sentiu quando tu disseste "O meu marido"). Mas é mesmo assim, o amor, e só o amor, faz sempre milagres, embora leve tempo. Por isso, mesmo cansados, devemos continuar a lutar. Não te esqueças que existem as recaídas,já sabes que sim, o que não quer dizer que o milagre desfez-se, só que somos humanos.O Rob também é um lutador, com os seus defeitos, o seu amor é verdadeiro, talvez até incondicional, como o teu amor de mãe. Por isso também o admiro; não se encontra muito facilmente esse amor de marido. Felizmente que conseguiste encontrar felicidade junto desse amor.Uma mãe nunca deixa de pensar no filho e por isso acaba por se por em último lugar, mas nunca deve esquecer que tem direitos, que o seu filho não lhe tira esses direitos e que todo o amor utilizado na procura da felicidade desse dito filho terá sido em vão e o deixará infinitamente magoado, culpado e infeliz, se ele pensar que "por sua causa",a mãe não viveu a vida que queria. Concordo com o que ouvi uma vez: uma mãe infeliz não serve de nada a um filho. É essa a grande missão dos pais: ensinar os filhos a serem felizes. Todo o amor, a educação, os cuidados, o esforço, o carinho, deverá ter esse fim. A felicidade é uma coisa simples, a sociedade é que a transformou numa coisa inalcansável, ou de objectivos falsos. A nossa felicidade não pode depender dos outros, seja visto de que prisma for. A felicidade está em saber aproveitar os outros enquanto eles simplesmente nos acompaham ao longo da nossa caminhada, dando-lhes o nosso amor ( na prática e como eles precisarem) e recebendo o amor deles, com alegria, intensamente e agradecidamente. Que consigas fazer essa caminhada!

É o meu sincero desejo, eu que tanta dificuldade tenho em fazer a minha caminhada, eu que nunca deixo de pensar em ti, mesmo nos intervalos dos encontros, eu que também te amo muito, embora muitas vezes não te tenha dado esse amor e até tenha parecido que não o sentia.

Obrigada pelo teu amor, por mim e por nós todos.
Parabéns também pelo teu blogue e pelos teus trabalhos.
Que os deuses protejam sempre a minha querida sobrinha,a primeira, a minha afilhada, que ía sempre me acordar, pela mão do avô Zé."




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Museu Condes Castro Guimarães
(D. Isabel, condessa de Subserra e filha, Maria Mância por Domenico Pellegrini )

5 comentários:

Ana Rosado disse...

A minha mãe também é Gininha para a mãe dela (a grande avó Lia) e para os familiares que "nunca a promoveram" a Gina. Ela também é Virgínia e também é mãe. Talvez por isso, ainda de me dê mais prazer ler o BLOG e o facebook.
Adorei a iniciativa do Domingo :)

Obrigada mil milhões ^_^

Ana Rosado

Virgínia disse...

:) eu serei sempre Gininha :) Um dia poderão chamar-me avó Gina, como eu chamava a minha.

Um beijinho!

anita disse...

Que lindas e sábias palavras. Obrigada por partilhar.

Naná disse...

Que iniciativa tão bonita :)

Ana Rosado disse...

E a minha mãe já é a avó Gina dos seus 3 netinhos. E uma avó muito feliz! ^_^