por aqui






Por aqui, tenho passado os dias a fazer bonecos de pano e mantas de retalhos para dar a quem mais necessita. Pelo menos é assim que vejo o que estou a fazer. Fez-me muito feliz ter filhos, marido e tia a ajudar. São trabalhos simples, muito diferentes dos que costumo fazer, porque desta vez o meu objectivo é chegar ao maior número possível de pessoas. 

A casa está cheia de sacos de roupa que, juntamente com alguns membros da família consegui juntar. Só não estou a angariar mais porque não tenho onde guardar. Tenho passado muito (demasiado) tempo ao computador, a mandar e-mail para aqui e para ali, a tentar perceber o que devo fazer para ajudar de forma organizada. Constato que, neste momento, organização ainda não há muita. 

Neste momento parece-me que nenhuma instituição consiga dar respostas muito concretas às minhas perguntas: - onde entregar os bens materiais? - qual a sua capacidade logística? etc, etc. 

Apareceram grupos no facebook de ajuda aos refugiados, o que acho muito bem, mas quando lhes ponho as mesmas questões, a resposta é a mesma ou nenhuma. Continuo a aguardar, não sou muito paciente mas sou esperançosa. Percebo que a organização leve o seu tempo, mas sem ela a boa-vontade não chega a lado nenhum.

A verdade é que ainda não foi publicada a lista das instituições que irão receber refugiados em Portugal. Quem mo disse foi a própria Plataforma de Apoio aos Refugiados. O que a PAR tem estado a pedir a todos os que têm donativos em género é que os canalizem para essas instituições que, no entanto, ainda se estão a inscrever. Portanto, eu aguardo, cheia de vontade de fazer muito mais.

Dia 12, Dia Europeu de Acção pelos Refugiados, haverão por todo o país, acções de solidariedade para recolher donativos* em género como roupas, brinquedos, livros, artigos de higiene, roupa de cama, etc. Para saber mais, leiam aqui. Os donativos, diz a organizadora, serão entregues às associações e instituições que integram a Plataforma de Apoio aos Refugiados. A Plataforma de Apoio aos Refugiados, como já referi, disse-me que ainda não foi dado a conhecer a lista das instituições.

O que vos posso dizer com toda a certeza é que estou a fazer mantas de retalhos e bonecos de pano para dar a quem precisa. Seja quem for, de que cor for. Isto é algo que me está no sangue e não me deixa dormir à noite. Eu sei que um boneco não salva a vida a ninguém mas tenho a certeza que leva consigo uma mensagem de paz.

A quem tem mostrado vontade de ajudar, isto é o que vos posso dizer, por agora. As instituições (como a AMI, que tinha referido) ainda estão a trabalhar no sentido de poderem actuar organizadamente. 
A quem está, como eu, a fazer coisas à mão, o que digo é o mesmo. Vamos deixar passar mais uns dias e esperar que a tal lista seja publicada. Continuem que o vosso esforço é necessário e será bem vindo!

Quero ainda lembrar que os CTT criaram uma caixa solidária aquando das cheias na Madeira e que desde essa altura é possível enviar donativos em género para várias instituições de solidariedade sem pagar o envio.


*Actualização:

Os organizadores da marcha de dia 12 decidiram NÃO receber donativos nesse dia pois não terão capacidade logística para tal. Tal como disse acima, a lista das instituições e organizações que irão acolher refugiados está quase pronta e só nessa altura saberemos a quem entregar os donativos.


2 comentários:

Monia disse...

Olá, Virgínia! Muito obrigada pelo esclarecimento. Também a mim me faz impressão não haver ainda nada organizado. Já demonstrei várias vezes a minha vontade e disponibilidade em ajudar, mas o que me dizem é: temos de esperar. Acho que só se vai começar a fazer alguma coisa a sério quando os refugiados pisarem solo português. Até lá, também estou a fazer uma manta de retalhos! Aliás, já estou quase a acabar, por isso creio que conseguirei fazer outra, para gente pequenina. E estou a contar entregar-lhas a si, porque me parece ter mais contactos do que eu e saber a quem entregar. Decerto mais tarde poderemos combinar a entrega? Agradeço-lhe imenso esta iniciativa. Deu-me a possibilidade de meter mãos à obra para ajudar quem precisa e não me limitar a ficar à espera... Enquanto isso, bom trabalho!

Virgínia Otten disse...

Bom trabalho! Vamos fazendo e vamos falando! :) Um abraço!