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5

happy 5!

E de um dia para o outro, cinco. Cinco anos de família e casa cheia, graças à nossa Maria Alecrim. Sem ela a casa não seria a mesma, disso tenho a certeza. Sem ela, não seríamos os mesmos. E eu, que nunca me imaginei mãe de uma menina, aprendo com ela todos os dias.
Uma menina cheia de sonho, de energia, de histórias para contar e de canções para dançar. Nasceu para o palco, esta pequena força da natureza. Tão doce, tão forte. Sinto que veio ao mundo para o conquistar.

happy 5!

Que a vida seja sempre tua aliada, querida sagitariana. Estarei por perto.

ser mãe

os meus amores os meus amores os meus amores

Os meus amores. Tantos anos à espera um do outro, sem saber que o sabiam. E eu, continuo a sentir que vim para os trazer comigo, para viver com eles, para aprender com eles. Escuto-os. Eles sabem mais que eu. Eles guiam aquela que escolheram como mãe e dão-lhe a luz que precisa para encontrar o seu coração. 

O meu maior desejo é estarmos juntos para sempre.

amamentação + constipação

constipada

Outubro chegou. Sem darmos conta, em poucos dias ficámos constipados. A mãe, que diz que não tem tempo para ficar doente (e não tem) foi a última a se render e tem agora que tratar de si para poder tratar dos seus.

constipada

Evito sempre recorrer a medicamentos quando sei que a natureza me pode ajudar. E enquanto amamentar nenhum fármaco desnecessário entrará neste corpo - chá preto, gengibre, canela, limão e mel são uns dos meus aliados nestes dias. 

Aconselham mais algum?


10 meses

10 meses 10 meses

Em 10 meses aprendi:

* que ser mãe de dois é muito mais que o dobro do trabalho.
* que ser mãe de dois é muito mais que o dobro do amor, da alegria e da felicidade profunda.
* que ser mãe de uma menina é tão bom como ser mãe de um menino.
* que eu já não sou a mesma de há 10 anos, quando tive o primeiro filho. Agora tenho rugas, cabelos brancos, dores nas costas - e sou muito mais eu do que era.
* que a casa não vai ficar arrumada por muito mais que 5 minutos por isso mais vale não me preocupar com isso e aceitar.
* que o meu trabalho, neste momento, tem que aguardar porque se passo os dias a pensar naquilo que não estou a conseguir fazer vou viver insatisfeita e triste e não é isso que quero nem para mim nem para os meus filhos.
* que é possível começar a trabalhar à meia-noite quando finalmente a casa dorme mas que ir para a cama às 4 da manhã não pode ser saudável. 
* que amamentar é bom, tanto para o bebé como para a mãe, quando tudo corre bem. 
* que a vida é mesmo o dia de hoje, amanhã é amanhã.
* que hoje é sempre o dia mais importante de toda a vida.
* que um bebé é tão puro que só pode vir do céu.

dos dias

Maria

A nossa Maria já fez 9 meses (embora vista para 2 anos), adora andar de baloiço, de areia e mar. A julgar pelo seu tamanho poderia pensar-se que come muito mas é do leite da mãe que ela gosta mais. Tanto que ainda acorda várias vezes por noite só para ter a certeza que ele está lá, sempre disponível, adormecendo logo de seguida por mais uma ou duas horas. De dia dorme pouco, o suficiente para se conseguir tomar um banho e lavar metade da louça suja. 

Sempre a lutar contra o relógio, os dias passam a correr e eu só me tenho sentado à máquina de costura depois da meia-noite. As ideias vão surgindo no caderno, os moldes vão tomando forma, os pontos vão se dando mas tudo muito, muito lentamente. 

É possível que este blogue venha a ter que encontrar também ele um novo ritmo. Ou talvez não. Tudo dependerá da forma como esta mãe/pessoa consiga gerir a sua casa - a de dentro e a de fora. Como disse alguém a quem eu gosto de ouvir: " o resto espera". Espero que sim.


no poupar é que está o ganho

no poupar é que está o ganho

Não me lembro dos últimos dias. Não sei onde estive enquanto os dias se desenrolaram. Mas das noites lembro-me bem. Vi todas as horas passarem. To-das-as-ho-ras. Fui mãe solteira de duas crianças doentes por uma semana e sobrevivi. Sobrevivemos. As febres altas, os pijamas encharcados, os narizes entupidos, a água, a mama, a fralda, o vomitado, o colo, o cocó - parece-me que tudo está a passar, a voltar à maravilhosa normalidade. Ah, a maravilhosa normalidade dos dias perfeitos, aqueles que muitas vezes chamamos de aborrecidos. Quero dias aborrecidos. Tão aborrecidos que não vou saber o que fazer com eles.

no poupar é que está o ganho

Uns dias antes dessa tal virose entrar nesta casa, reciclei umas calças da Maria. Cortei-lhes os pés e fiz uma bainha com um resto de bordado inglês. É receita a repetir. 
Nunca o "no poupar é que está o ganho" fez tanto sentido para mim. Ao reciclar roupa, ganho duas vezes: ganho naquela que não deito fora e ganho naquela que não compro. E não tenho que sair de casa!

6 meses

6 meses de maria alecrim


Maria Alecrim fez 6 mesinhos e teve direito a bolo. É calma, doce, curiosa, cheia de vida. Adora o mano, o pai e a mãe. A sua papinha preferida é o leite materno embora goste de experimentar de tudo. Gosta de sair à rua mas gosta ainda mais de chegar a casa. Está quase apta a escrever o seu próprio blog - tem mostrado muito interesse pelo teclado do computador da mãe.

É uma boneca.

Senhorita Alecrim

Senhorita Alecrim
Senhorita Alecrim Senhorita Alecrim

Os dias são dela. As noites são dela. Ela pensa que eu sou só dela.
Acordou.
Fica para mais tarde.


dia da mãe é todos os dias

M&m
M&m
M&m


Um não seria o mesmo sem o outro - eu não seria a mesma sem eles.

Como é bom ser mãe destes dois.

Lost in Living




Eu não falo mais sobre isto, aqui no blog e fora dele, porque não me parece um tema interessante para a maioria das pessoas (dentro e fora de blogs). Quem quer saber se tenho ou não tempo para o meu trabalho? ( "Qual trabalho? Fazer bonecos?" )

A minha avó dizia que certas mulheres não deviam constituir família. E ela, que adorava a família que constituiu, sabia muito bem o que dizia. Ela sabia que tinha ficado para trás, que não chegava nem a metade daquilo que era suposto ser e que, no fundo, ninguém a conhecia. Ela era grande, enorme, não cabia dentro de si. Mas teve filhos, teve marido, teve noites em que costurava e embalava choros de criança, teve que dizer não a muita coisa que só queria dizer sim. Viveu a vida dentro do mundo que construiu, um mundo à sua imagem, amplo o suficiente para que não asfixiasse. Aquilo que conseguiu fazer foi muito, mas muito pouco para o tamanho da sua alma.

Há dias em que me sinto tão grande dentro de mim que quero sair, preciso sair, tenho de sair. Que se tivesse que assinar o meu nome ele teria metros de altura. E é dessa necessidade (de criar) que falo quando me queixo da falta de tempo. É uma questão de vida ou morte -  a da alma! Não é uma vontade de fazer umas costurazinhas; é uma necessidade de ultrapassar, de aprender, de pôr em prática, de conquistar, de construir! A máquina de costura é apenas uma ferramenta, ela não é importante. É o trabalhar as ideias e transformá-las, ver uma ideia ganhar corpo, sentir-me pequena perante uma criação da qual fui meramente participante, esvaziar esta bolha gigante que vai sufocando por dentro até rebentar. Não sei bem como me fazer entender mas tenho a certeza que há muitas mulheres que sentem o mesmo por aí.

Se o meu trabalho reflecte isto? Não. Os bonecos que tenho em mente ainda não foram feitos e não sei quando terei tempo para os fazer. Mas os que faço vão-me ensinando a chegar lá um dia. Pelo menos assim o espero. Mesmo que mais ninguém se interesse. E fazer estes bonecos faz-me bem - não sei se à cabeça, ao coração, à alma ou a tudo que sou -, faz-me verdadeiramente feliz e satisfeita. A bolha gigantesca acalma-se e dá-me uma palmadinha nas costas. Sorrimos as duas.

Mas se tenho dois filhos é porque decidi ter dois filhos e mesmo que me roubem todo o tempo que de outra forma teria para trabalhar, estes dois filhos não podem ser responsáveis pela minha frustação. Mesmo que me sinta a rebentar eu tenho que respirar fundo e sentir-me grata pela sorte que é ter dois filhos como os meus. Basta olhar para as suas caras, os seus sorrisos tão puros e pensar que a vida é um mistério, que não sei quanto tempo por cá andarei, pior ainda - pesadelo dos pesadelos - quanto tempo eles por cá andarão, que essa ansiedade se vai acalmando, pelo menos por mais um dia, porque a minha vida já não é só minha.

Os dias são inglórios? Sim. São passados em pijama? Sim. Estou de bolsos vazios? Sim. Mas por agora, pelo que sei e pelo que já vivi, não troco esta forma de vida por nenhuma outra.

Estou a crescer.

amamentar

amamentar


Os dias são dela, as horas são dela, eu sou dela. Por enquanto é impossível voltar à minha antiga rotina que tanta falta me faz. As ideias fervilham, as mãos estão sedentas - mas há que dar tempo ao tempo e desfrutar do agora, que não se repete e passa tão depressa. Este é um tempo precioso.

Já fui casa, agora sou alimento.

mãe cangurú

mãe cangurú

As mãos estão sedentas de trabalho. A cabeça também.
Descobri que o sling pode ser a solução.

em casa

em casa

em casa

Em casa, os dois a precisar de colo. O mais velho de molho, com febre; a mais nova com tudo a que tem direito. A mãe, a precisar de dormir e de mais quatro braços.

a história à volta do teu nome

as mulheres da casa

Nunca teria ficado em paz com a vida se não tivesse dado a oportunidade a mim mesma de passar por um segundo parto. O primeiro foi tão traumático que levei quase 10 anos para acreditar que desta vez seria diferente. E foi. Com as pessoas certas tudo pode acontecer - mesmo numa cesariana.
Eu tremia descontroladamente. Era puro medo. Admito: não sou a pessoa mais corajosa em ambientes hospitalares. A sala de parto é fria, estéril, metálica. Os procedimentos são mecânicos, rápidos - a mulher ali deitada é a matéria prima, é um corpo a ser trabalhado, pouco mais.
Mas desta vez eu estava presente, não levei anestesia geral, e presente estava também o pai, que afinal também merece e deve fazer parte do fim deste grande ciclo que é o parto. A obstetra que acompanhou toda a gravidez, para além de grande profissional, mostrou ser não só humana mas também mãe e naqueles minutos uma pessoa precisa de uma mãe.
Mesmo confiando naquela equipa que ali se encontrava, o medo não me largava. Eu tremia. Eu chorava. Eu rezava. Sim, dei por mim a rezar - uma reza só minha. Dei por mim a procurar algo sagrado a que me agarrar para suportar aqueles minutos infinitos - e foi o M. que veio ter comigo, a cantar a nossa música de sempre, a música que cantamos todas as noites desde que nasceu: o Alecrim. Era como se estivesse ali a meu lado, a cantar para a irmã, como tantas vezes fez durante a gravidez.
E assim cantei, como um mantra, vezes sem conta do princípio ao fim o Alecrim enquanto era cortada e cosida, enquanto nascias e te encostavam a mim, no meio de muitas lágrimas e risos, acompanhada e feliz por tudo ter chegado ao fim, a um fim feliz.

O teu irmão sempre disse que teria uma irmã chamada Maria e nunca abandonou essa certeza. A tua mãe preferiu esperar até te ver. E assim nasceste, Maria Alecrim.





Alecrim alecrim aos molhos
por causa de ti
choram os meus olhos
ai meu amor
quem te disse a ti
que a flor do monte
era o alecrim

Alecrim alecrim doirado
que nasce no monte
sem ser semeado
ai meu amor
quem te disse a ti
que a flor do monte
era o alecrim

Maria Alecrim

Maria Alecrim


Faz amanhã uma semana que decidiu nascer. Tudo correu bem, já estamos em casa e um dia conto a história do seu nome.
É doce, a nossa Maria Alecrim*.

tricot para bebé

baby knits

baby knits

Com o primeiro filho aprendi a fazer sopa e com o segundo hei-de aprender a fazer tricot. O colete Pebble pareceu-me perfeito para principiantes como eu - para além de bonito é realmente simples. Vi-o pela primeira vez aqui e desde então que o queria testar. Entre a receita original e a tradução em português, fui seguindo passo a passo munida de muita teimosia e persistência porque seguir receitas não é o meu forte. Estou contente, é um passo em frente, mas não estou satisfeita porque sei que há ali um ou dois erros que não consegui decifrar.
Os gorros e as botas foram feitos à minha maneira, ou seja, depois de ler algumas receitas e de entender o pretendido, fechados os livros, deixo as mãos, a cabeça e o coração seguir o seu caminho tentando não interferir muito.
A lã é a maravilhosa Capuccino da Rosários4, comprada aqui.

Nas agulhas tenho agora uma surpresa para o irmão mais velho. Graças aos vossos comentários ao post anterior lembrei-me que não podia deixar de fazer algo de especial também para ele nesta etapa tão importante da sua vida.

a mala para a maternidade

mala para a maternidade

muda fraldas

muda fraldas

muda fraldas

Muito havia para dizer sobre esta mala. Primeiro, que é a reciclagem da mala do M., que usei há quase 10 anos - a mala antiga está lá, dentro da mala nova, que na verdade é apenas uma capa nova. Com o muda-fraldas aconteceu o mesmo, o antigo ficou dentro do novo.
Segundo, que foi a minha avó que a começou a reciclar, para me ajudar. Mas como o bom tempo lá fora a chamava para a horta, a mala foi esperando, esperando - porque todos nós temos tempo, porque o tempo é infinito, porque a vida é uma estrada sem fim mesmo que racionalmente saibamos que isso não é verdade. Mesmo assim, porque gostava de ver as coisas feitas e não por fazer, ela passou o último dia da sua vida a tentar acabar a mala. E eu só espero que nunca lhe tenha passado pela cabeça que não a iria poder acabar.
Terceiro, que me custou muito acabar este trabalho mas que estou contente por ter tido a coragem de o fazer. É o nosso último trabalho a 4 mãos. E ficará comigo para sempre.

Agora, ajudem-me: do que é que um recém-nascido precisa mesmo para os seus primeiros dias na maternidade?

tricot para bebé

baby boots

baby boots

Já estavam por acabar há muito. A camisola é uma versão deste modelo e as botas, deste. Tudo muito simples porque a tricotadeira cá de casa ainda está a aprender mas vontade não lhe falta e um dia fará coisas bem bonitas para toda a família.

tricot muito amador mas ela não se importará

34 redondas semanas

aqui e agora

Ainda sem grande vontade de falar ou de partilhar seja o que for, porque tudo parece tão fútil e cheio de nada depois da morte. Mas eu sei que é à vida que tenho que me agarrar, com força, e fazer dos pequenos nadas algo cada vez maior. Só assim a vida me parece ter algum sentido.
Sei que ainda estou longe de digerir o que aconteceu, de fazer as pazes com o facto de ter acontecido justamente agora, de aceitar ver retirada a vida a alguém que ainda tinha muito para viver quando há tantos para quem a vida lhes é indiferente e ficam cá apenas a desperdiçar o maior bem que lhes foi dado. Mas ao mesmo tempo sinto-me serena, há uma paz em mim que nem sei explicar, como se já tivesse vivido muito e soubesse que a vida é isto.
Lembro-me do dia em que, sentadas à mesa, lhe disse que queria tirar proveito do facto de estar desempregada e arregassar as mangas, trabalhar na terra, fazer algo daquele terreno, construir algo de valor. Os seus olhos brilharam de entusiasmo, aquele entusiasmo que me fazia acreditar que tudo era possível, porque se a minha avó acreditava é porque era possível. E conseguimos tanto. Ela mais que eu, conseguimos fazer jardins, muros e hortas, trabalho duro mas que me deu tanto prazer, mais prazer que outro trabalho qualquer. E a sua felicidade era a minha maior recompensa.
Sei que ainda não acordei, a mente trai-me e diz-me para lhe telefonar, não consigo entrar naquela casa nem sequer pegar nos trabalhos que deixou a meio para a bisneta que está quase a chegar.

Com tudo isto, agarro-me aos dias, devagar, esperando crescer.

aqui e agora

do sangue

Não há futuro ou mesmo presente sem ele. Sem sangue que nos aqueça o corpo, tudo o resto é vida paralela, é memória, é apenas ideia - enquanto estamos ali deitados pensamos naquilo que ainda não fizemos, naquilo que não podemos deixar de fazer, no mais importante da nossa vida que é sempre quem nos está próximo e nada mais porque só as pessoas que amamos são realmente importantes numa vida.
E é quando o sangue começa a entrar na veia, vermelho escuro e vivo, o calor a regressar à pele pálida que depressa se sente corada que nos sentimos gratos pela vida, pelos outros, por sermos uns para os outros, por sermos todos um.
Não sei de quem é o sangue que me trouxe hoje um pouco mais de vida ao corpo mas vou trazê-lo comigo para sempre no coração.

Obrigada aos dadores de sangue.