a canção do verão

Primeiro comemos alfaces, agora vamos comendo tomates. Apanhando da terra, escolhendo os mais maduros, respeitando os que ainda não estão prontos.



As pêras já se podem comer não tarda nada e as melancias... diria que descobrimos um novo tipo: a mini-melancia. Talvez para comer à dentada!
Também temos figos, ginjas, pêssegos... as ameixas são deliciosas! E tudo isto completamente biológico, com muito respeito pela terra e por tudo o que a ela pertence. Sinto-me verdadeiramente feliz, caminhando pela pequena horta que criei, sentindo o cheiro das figueiras e ouvindo as cigarras.
Para mim, não há verão sem o canto da cigarra.

E tudo isto, toda esta paz natural juntamente com a vida de pessoas e animais é ameaçada quando menos se espera. Mal saio do portão deparo-me com um pequeno fogo. Vou a correr buscar água e quando lá chego já a água que levo não chega para nada. Vou a correr pedir ajuda e nestes momentos de aflição pedimos ajuda a quem quer que seja. Nestes momentos somos todos iguais. Estamos todos a ser ameaçados por um perigo e todos, sem excepção, pensam nas suas famílias e nas suas casas e vêm tudo que construiram durante a sua vida desaparecer em poucos segundos. Se não tivesse saído naquele preciso momento não teria visto a pequena chama. Se não tivesse dado importância, quando se apercebessem do fogo seria tarde demais. Tarde demais.
Por favor, não deixem de dar importância. Uma pequena chama e vento podem acabar com tudo em muito pouco tempo. Um grito na rua pode ser um pedido de ajuda. Todos os dias ignoramos. Preferimos ignorar. Porquê?

Como sempre, não se sabe como começou. Mas do que vi, deu para perceber que tinha acabado de ser posto. Ou deixado cair.

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