Segundo dia de trabalhos de casa.
Primeiro dia: entusiasmadíssimo com a novidade. A novidade passa logo quando descobre que tem que desenhar dezenas de iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii e pintar os bonequinhos cujo nome contenha ii.
Segundo dia: menos entusiasmado. Incrédulo ao perceber que os iiiiiiiiiiiiiii continuam. Estava cansado da escola e sem paciência para repetir a mesma tarefa nada interessante. Chegou a chorar. A mãe, que no primeiro dia estava tão orgulhosa do filho que já trazia trabalhos de casa começa a adivinhar o futuro. Para uma criança que aprendeu a ler e a escrever e a contar até 100 por si só, esta não será uma tarefa fácil. Terei eu que o deixar desaprender para que se adapte?
Nunca levei muito a sério o homeschooling, e continuo a achar que pode ser um pau de dois bicos, mas hoje estou certa que é meu dever encontrar alternativas. E afinal, não sou a única a pensar assim em Portugal.
6 comentários:
Revejo-me(nos) exactamente neste post.
Entendo que eles tenham, agora, que aprender com perfeição. Mas a minha filha está a ficar desmotivada com as "ondinhas" que tem que fazer e os bonecos que tem que pintar. Ela que adora desenhar e nunca gostou de pintar bonecos "pré-feitos". E depois tem que "esperar, Mãe, que todos acabem".
Sei que deve ser um período tb complicado para a professora, que tem que se aperceber dos vários graus em que os meninos se encontram, que alguns nem teem o traço fino desenvolvido.
A minha é muito motivada, e sedenta de aprender.
Sinto-a a marcar passo desde segunda-feira. O meu coração está apertadinho. Não quero que perca o entusiasmo e a curiosidade que sempre teve.
Para mim o homeschooling não é opção porque dependemos do meu vencimento.
Tudo o resto na escola corre bem e ela anda feliz nos recreios. Mas contrariada com a falta de estímulo. O que mais queria, nesta entrada era "aprender matemática!".. e agora está a ficar desmotivada. A educadora era muito boa. Era uma motivação pegada. Todos os dias me contava coisas diferentes, novos interesses, uma abertura para o mundo. Agora está triste a fazer "ondinhas". Não posso com isto.
Desculpa tanto desabafo, acabei por escrever tanto em casa alheia... mas estou ...um bocadinho aflitinha.
Maria.
Maria, para mim também é bom saber que não sou a única que vê e sabe o que se passa com as nossas crianças. Mesmo que não se opte pelo ensino doméstico, que eu acho que não é para todos, há que os acompanhar muito e mostrar-lhes sempre outro modo de ver as coisas: o seu.
Estou também com o coração apertado ao ponto de não saber bem o que fazer. Mas foi uma janela que se abriu ao saber que no nosso país também é permitido ensinar os filhos em casa.
Um abraço e vá dando notícias!
Obrigado, Virgínia.
Pois eu também não sei ainda bem o que fazer. A minha sensibilidade diz-me que não pode continuar assim muito tempo. Até porque a professora tem estado tensa e tem sido pouco "amiga" dos meninos. Sinto que falta a alegria de aprender. O espanto pelas aquisições, o brio de conseguir e ir mais longe. E sei que tudo se pode conciliar. A disciplina com a alegria e com o entusiasmo. Não tenho visto nada disso na parte lectiva.
Por outro lado o meu senso diz-me que tenho que esperar mais um pouco. Não sei. Neste momento estou desapontada e muito apreensiva.
Sim, é bom saber que existem alternativas.
Um abraço e até breve,
M.
É realmente cedo. Eu vou estar atenta e se não gostar vou tentar mudar... Não vou deixar que o meu filho passe pelo desinteresse que eu passei na altura, devido ao número exagerado de alunos por professor, à importância dada aos testes feitos debaixo de cansaço e stress, à descoberta que o decorar é mais estimulado que o entender, horários exageradamente longos, trabalhos de casa obrigatórios que tiram lugar ao descanso necessário, à indiferença pelo ser humano, etc., etc... Enfim, seria uma sorte podermos escolher os professores, não era? Apenas aqueles que ainda sentem paixão pela profissão, pela missão que deveriam ter nas mãos...
é verdade. e hoje chegaram os iiiiiiiii cá a casa. com algum entusiasmo... mas são 4 páginas de iiiiiiiiis e afiiiiiins.
pois, eu até compreendo a necessidade de aperfeiçoar o que até agora foi adquirido apenas pelo e com o gozo de descobrir a função da escrita e da leitura. e foi fantástico ver como a motivação faz tanto. mas, sim, compreendo que agora tenha que ser "enraizado" para poder fazer crescer mais e mais, e bem.
mas também queremos imaginação e creatividade.
hoje pensei que, se o resto estiver equilibrado, esse será provavelmente o nosso maior papel.
hoje a professora riu-se, abertamente. e eu quase lhe dei uma palmada nas costas, de satisfeita que fiquei. mas os parabéns dei, por estar a descontrair e que era preciso alegria no meio da disciplina. ela riu mais. eu, a mãe, a dizer à professora que devia rir muito. e ela recebeu com algum sentido de humor. pareceu-me que recebeu a mensagem.
e falou da SUA turma com ternura. gostei.
fiquei com alguma esperança no lado emocional da aventura. isso e o resto, vou vendo.
esperar, é mesmo.
Nada fácil! Mas nunca desistas de insentivar o M.
Tenta dar a volta por outro lado.É muito importante!
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