o ser humano gosta de coisas bonitas


Nasceu mais uma lebre. Usei um tecido que comprei há mais de dez anos numa retrosaria algures no norte da Holanda, onde aprendi a dar os primeiros passos na arte do patchwork, ignorando por completo que um dia daria valor às pacientes horas que aquela senhora investiu em mim. Na verdade, deve ter sido o primeiro tecido que comprei. Gosto deste participar na vida desconhecendo o que ela nos reserva. Um dia hei-de voltar àquela loja e agradecer a iniciação. Nunca esquecer de agradecer. Nunca deixar de agradecer. Sentir-me sempre agradecida.



E nunca ir contra aquilo que dizemos, pelo menos enquanto conscientes do que fazemos. Eu não disse que não ia a lojas dos chineses? (não tenho nada contra os chineses, até sonho muito com chineses, sem conseguir perceber porquê, e desde criança que me sinto fascinada pela sua cultura)... Pois bem, entrei. Comprei confettis para o Carnaval. Só hoje me apercebi que não são confettis mas sim pedaços de papel rasgado. E garanto, senhores responsáveis, que a magia dos confettis assim vai por água abaixo.
Afinal fui mais esperta o ano passado que, por não encontrar em lado algum, fiz os confettis à mão, redondinhos, perfeitinhos, todos iguais.
Não vamos deixar que a vida se torne feia, pois não?

10 comentários:

Anónimo disse...

é verdade, como dizia o poeta John Keats : " a thing of beauty is a joy forever"
é esse requinte que os chineses de hoje perderam porque se pensamos bem já viste o requinte e a delicadeza de certas obras de arte antiga chinesa ?
conta mais, fizeste um "curso" de patchwork na holanda ?

Virgínia disse...

Olá Vera!
É verdade, toda a cultura chinesa transpira perfeição e requinte. Daí a minha ainda maior revolta contra essas lojas que cresceram como cogumelos por aqui.
Sim, há muito tempo, quando morava na Holanda, fui arrastada por amiga canadiana para um curso de iniciação ao patchwork. Participei, fiz tudo sem máquina e depois semi-esqueci. Até há pouco tempo :)

Anis disse...

Em relação ao inicio do post eu tenho como máxima que nada acontece por acaso, (mesmo que não entendamos o que nos acontece na hora, mais tarde as peças completam-se como um puzzle),e não foi por acaso o curso de patchwork na holanda, não sr. (linda lebre). Em relação à loja dos chineses... em relação aos confetis mesmo que de papel rasgado devo confessar que adorei a cor!!!

Virgínia disse...

É verdade, " a vida vive-se para a frente e entende-se para trás". Eu também adoro aquela cor, por isso não resisti!

menina madrugada disse...

espera... tu FIZESTE confettis?? à mão???? viva a paciência, acho q já ganhaste um lugarzinho no céu. :) beijinhos!!

Virgínia disse...

HA HA HA!! Sim, com um furador ou lá como se chama...... o que não se faz por um filho!

maman xuxudidi disse...

Também passei por isso! Furar, furar furar para ouvir garagalhadas de crianças felizes:)

Virgínia disse...

Ai, Diane.. que alívio! Ainda bem que não sou a única! :)

Luciano Lema disse...

ahh! então é daí que vêem estes "confetis".
achei muito estranho quando a minha filha, chegada a casa depois da festa de Carnaval no jardim infantil, fosse deixando cair pedacinhos de papel rasgado - rosa escuro, no caso dela.
mas que raio de confetis mal amanhados, pensei eu, longe de imaginar a sua proveniência.
não à vida feia! ;)

isabel disse...

pois não!