por terras de Miguel Torga

casa da avó casa da avó casa da avó casa da avó casa da avó

De seguida fomos visitar a avó, que mora lá longe onde Miguel Torga nasceu, em São Martinho de Anta, no Reino Maravilhoso de Trás-os-Montes. Terra bonita, acolhedora, que sabe o que é viver em comunidade, onde nada se desperdiça e tudo se partilha porque tratar de um é tratar de todos. Ali há espaço, há tempo, há ar puro e água fresca da fonte, a mais deliciosa que alguma vez bebi. Há uma vila inteira que nos quer receber e contar o quanto gosta da minha mãe, felizes pela vida nova que ela para lá levou, pela sua energia e criatividade, pelo seu sorriso e amizade. 
E eu trocava já Cascais por Trás-os-Montes, se pudesse.

3 comentários:

Diana Machado disse...

as fotografias estão lindas, que maravilha passar aí uns dias

Caco disse...

Tenho casa numa aldeia de Trás-os-Montes que adoro, mas tenho o azar do meu marido detestar estar lá, por isso, a solução passa por ficar apenas um ou dois dias nas férias o que, para mim, é uma pena...

Unknown disse...

Virgínia,
os meus pais moram há 30 anos em Mondim de Basto, Vila Real. Interromperam por 5 anos numa aventura em Macau. Quando regressaram, em 98, havia sonhos, ideias, projectos para recomeçar em Mondim. Desde então, muita coisa se apagou. Estão um pouco cansados da ausência de propostas culturais, e da falta de acolhimento por parte dos conterrâneos (apesar de os conhecerem há 30 anos). As escapadelas são ao contrário, de lá para a cidade, ou para o sul. Viver no campo (também) não é fácil. Mas admito que mudar de vida, sonhar um novo projecto, com a ajuda de uma base familiar e de vontade de mudança, respirar todos os dias o ar puro de Trás-os-Montes se mostre como uma solução (idílica ou não) da rotina pesada dos nossos dias. E ter família ajuda muito (os meus pais estão sozinhos, apesar dos amigos que fizeram entretanto). E apesar de reconhecer que para eles nem sempre é fácil, eu também adoro passar lá meses seguidos a trabalhar. Levo o atelier comigo e faço o meu estúdio ficar lá por algumas semanas, ensaiando de novo a minha infância. Para mim e para os meus irmãos, foi impossível fazermos lá a vida. Tivémos de sair para estudar (primeiro a escola secundária não tinha as nossas áreas, e depois a UTAD não se mostrou solução para nós), os trasnportes resumem-se a autocarros das cidades para Mondim (Porto-Mondim são 100km e o autocarro demora 3 horas!), fecharam a estação de combóios, as entregas dos CTT funcionam dia sim dia não (embora ainda haja loja aberta todos os dias), o centro de sáude (que para a minha família, felizmente não tem feto muita diferença) fecha às 4 da tarde. Isto tudo, apesar da proximidade com as cidades do Porto de de Vila Real. Fazemos vida cá e lá. Enfim, retratos do interior que às vezes são tão parecidos com os das nossas pequenas cidades litorais :)
um beijinho